– Ela é tão livre que um dia será presa.– Presa por quê?– Por excesso de liberdade.– Mas essa liberdade é inocente?– É. Até mesmo ingênua.– Então por que a prisão?– Porque a liberdade ofende.Clarice
Helô sorria sentada na cadeira escura. Não enxergava mais ninguém, apesar dos movimentos. Acendeu um cigarro e tragou tudo o que estava ali. As notas musicais, o cheiro do café, e os lilases que estavam dançando para o vento.
Sentiu, com tudo aquilo entrando dentro de si, um palpitar que há muito não reconhecia em seu coração.
E, como quem sempre amara a liberdade, não podia estar menos feliz do que isso. Ali, à mercê de si e das horas que o relógio ia empurrando, tinha apenas o vento acontecendo e determinando um frio de fração centígrada a cada mais segundos.
Helô sorria de olhos fechados para que pudesse sorrir, também, sua alma. Para que experimentasse a sensação de apenas se deixar levar. Seria, assim, contraventora do fluxo que criara para si. Finalmente, pensava, o que sonhou será, não teria mais medo de imaginar. E, será de um jeito que sempre quisera, sem fazer forças.
Circulava com o indicador a borda da xícara, pois nem mesmo este importava agora, sorrindo em meia lua, imaginando como tudo seria. Tragou mais um pouco do cigarro, fechou os olhos e soltou o pulmão. Enfim, Helô estava livre.
Livre para colocar no porta-retrato a vida que pintou para si meses antes. Finalmente, Helô estava pronta para viver a liberdade de dividir o amor no mesmo copo, pois desejava , como dizia o poeta, “a grande liberdade de viver um só grande amor”.
As coisas continuam lindas como sempre.. 🙂 Ainda mais falando de amor… voltando a ler aqui!
Querido Jader,
Que visita boa. Onde tem amor tem sempre lugar para visitas doces.
Um beijo e venha sempre, venha logo.
miss
Oi, Tâmara, tudo bem?
Pois é, gostei do seu blog de cara! Muita poesia ali.
E gosto da coragem de quem escreve blogs, e se expõe assim. Acho que todo mundo deveria escrever, pra conhecer essa terceira dimensão da própria existência, tão intensa. Escrevo, mas acho que meus escritos não interessam muito, porque são tão aleatórios e particulares, sabe? Mas, compartilho com quem tem coragem. Você se abre, eu me abro também. Rs. Se tiver vontade, eis o novo endereço, mudei recentemente: http://poeiracotidiana.blogspot.com.br/
Beijo meu.
Amei Helô. E, quem não amaria? Quem não gostaria de ser esse que irá amarrar Helô em liberdade?
Alô, Antônio!
Concordo com você.
Não há como não amar uma mulher tão livre por dentro. É simplesmente enlaçador!
Abraços,
da miss